A técnica FUE (Follicular Unit Extraction) vem sendo amplamente utilizada para a realização do transplante capilar.
Ela consiste na retirada de unidades foliculares das áreas doadoras para que sejam implantadas na área receptora, local onde se deseja cobri com pelos.
É uma cirurgia minimamente invasiva, porque utiliza micropunchs para a extração das unidades foliculares. Não é feito corte linear, por isso não deixa cicatriz aparente.

A utilização de micropunchs permite a extração de unidade foliculares de outras partes do corpo além da tradicional área doadora do couro cabeludo. O chamado Body Hair Transplant permitiu a coleta de unidades da barba cervical, do tórax e de outras áreas. Isso é fundamental para a correção de graus mais avançados da calvície e quando o paciente possui uma área doadora limitada no couro cabeludo.

Os equipamentos utilizados para a realização da técnica FUE apresentaram uma evolução fantástica nos últimos anos. O principal ganho foi realizar uma extração com menor índice de transecção das unidades extraídas. Hoje, é realizada a correção de casos extremos de calvície e muitas dessas cirurgias são gigassessões com a implantação de mais de 4000 unidades foliculares, ou seja, mais de 10000 fios.

Após extraídas as unidades foliculares, elas são coletadas e encaminhadas para a bancada de classificação. Lá elas são limpas e classificadas. O transplante capilar não é uma cirurgia de fios, mas sim de unidades foliculares. Existem unidades de um fio de cabelo, outras com dois, três, quatro, ou mais fios. Elas são classificadas e contadas uma a uma.

Depois da classificação, o médico realiza as pré-incisões. É utilizada uma lâmina muito delicada que realiza pequenos orifícios na pele, onde serão implantadas as unidades foliculares. Durante as pré-incisões, determina-se a angulação e a direção dos fios. É a cirurgia do cirurgião capilar, quando temos uma perfeita junção da arte e da ciência.

Por fim, a última etapa é a implantação, quando as unidades foliculares já lapidadas são colocadas nos locais das pré-incisões, conforme o planejamento do médico.
O dia do transplante capilar não é importante somente para o paciente, para a sua família, para os seus amigos, mas para todos nós que realizamos esse procedimento. Esta data marca o início de uma jornada que leva doze meses até alcançar o tão desejado resultado definitivo.
Vários são os benefícios para os pacientes. Por não invadir cavidades, a cirurgia tem um tempo curto de recuperação. Eu peço cinco dias de afastamento. Muitas vezes os pacientes retornam antes desse período às suas atividades diárias, mas a questão estética pode incomodar alguns pacientes.
No pós-operatório, o manejo da dor é feito com medicações mais brandas, que são tomadas se necessário. Claro que há acompanhamento médico e se o paciente precisar posso realizar analgesia escalonada.

Todos os cuidados no pós-operatórios são orientados pela minha e equipe e permanecemos à disposição do paciente para a elucidação de qualquer dúvida. Realizamos a primeira higiene presencialmente no primeiro dia após a cirurgia. Isso é fundamental para tranquilizar o paciente e seu acompanhante sobre a dinâmica do pós-operatório. Depois desse primeiro momento, eu reavalio os pacientes no 14º dia de pós-operatório, no primeiro mês que é um marco importantíssimo quando começam a cair os fios implantados, no terceiro, no sexto, no nono e no décimo segundo mês. Eu sei que o pós-operatório é cheio de nuances e orientar o paciente é essencial para gerenciar a ansiedade diante de cada uma dessas mudanças.